Número 260

MÍDIA CRUCIS I

A julgar pela insistente – e muitas vezes apelativa – cobertura da imprensa em casos como o da morte da pequena Isabella, especulo sobre as maneiras de repercutir os acontecimentos da Via Sacra, recém lembrada na Quaresma.

CULPADO! Judéia. Em concorrido julgamento – com lotação esgotada no Pretório –, Pôncio Pilatos, o homem forte de Roma, lavou suas mãos. Com este gesto, condenou Jesus de Nazaré à pena capital, a ser cumprida na cruz. Acompanhe a inconsistência da acusação, o dilema de Pilatos, a repercussão popular, os desdobramentos políticos e um artigo exclusivo: Jesus X Pilatos – a quem a História absolverá?

TERÁ JESUS COSTAS LARGAS? Judéia. Imagens exclusivas flagraram o momento exato em que os Centuriões Romanos depositaram a cruz nas costas de Jesus Nazareno, já ornado por uma coroa de espinhos. Parte da população esperava a intervenção de Deus em favor do filho, hipótese negada pelo próprio condenado. Fatos como esse abalaram a credibilidade do Profeta, em declínio nas pesquisas. Veja, também, nessa edição: Onda de crimes – haverá madeira para tanta cruz?

PRIMEIRA QUEDA – UM PERCALÇO ANTECIPADO. Judéia. Conforme havia sido previsto por especialistas, um erro de projeto deixou a cruz destinada à execução de Jesus de Nazaré pesada demais. Tal equívoco fez surgir uma banca de apostas na terceira estação, na qual se especula a chegada de Cristo ao Calvário. No caderno Vida & Saúde, artigo inédito: Força da fé – uma análise teólogo-cinesiológica.

MARIA SE DESESPERA: “AI MEU JESUS!” Judéia, urgente. Sobe a tensão na Via Crucis: contrariando a expectativa das autoridades, Maria, mãe de Jesus, rompeu o cordão de isolamento e alcançou o filho em meio ao suplício. Depois de passar mal e ser amparada por populares, Maria se recusou a falar com a imprensa: “Saiam daqui! Vocês estão a serviço de Roma!”. Em nosso editorial: Ser mãe e padecer no paraíso.


SIMÃO SOLTA A CRUZ (E O VERBO). Judéia. Acompanhe a entrevista exclusiva no exato momento em que Simão Cirineu soltou a cruz. Veja o que pensa o homem que, por instantes, sentiu a responsabilidade de ser um Profeta. Destaques: “O povo está sendo manipulado pelos sacerdotes”, “A cruz pesa que é um demônio!”, “Isso aqui é importante, claro, mas não podemos nos esquecer dos escravos do Egito”. Na coluna Empresas & Negócios, Os Vendilhões do Templo.

TODOS OS ÂNGULOS DE VERÔNICA. Judéia Cultural. Depois de se tornar uma celebridade instantânea, Verônica – a mulher que limpou o rosto de Jesus – posa para uma série de retratos. A moça, recém tornada sócia de uma manufatura de utilidades de cama, mesa e banho, mostra o pano ensangüentado e garante que também é de sua lavra a toalha da Santa Ceia. Mais: dicas para uma prática receita de Kafta na bandeja.

JESUS VOLTA A CAIR. Judéia. Em nova queda de Jesus, sobem as especulações de que a Via Sacra não ultrapassará a sétima estação. Analistas consideraram insuficiente o aporte fornecido por Simão Cirineu, quadro agravado pelo forte calor no Oriente Médio. Porém, fontes próximas ao Profeta garantem que as reservas do Jesus são milagrosas. Na coluna de Recursos Humanos & Gestão: Persistência – eis o segredo de sucesso.

Continua na próxima semana…

5 comentários em “Número 260”

  1. Oi, Rubem,
    Bom feriado.
    Esta crônica está genial. Embora eu – com minha premonição – saiba do desfecho, não agüento (tem trema? Se não tem,vou usá-la antes que desapareça…) esperar para ver o que a mídia vai mostrar sobre os fatos.
    Meu abraço,
    Jussara

  2. Oi, Rubem
    Adoro tuas crônicas, e esta está genial. Mal posso esperar para saber como a mídia vai tratar as próximas extações.
    Um abraço e bom feriado,
    Jussara

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