O destino colocou diante de mim um presente de Natal suavemente antecipado: a incrível partida de final da Copa do Mundo de Futebol entre França e Argentina. Que jogo! Emoção do começo ao final em noventa minutos, trinta de prorrogação e na disputa de pênaltis. Um pacote de luxo, sem a menor dúvida. Daqueles que dá até pena de desembrulhar. Porém, lá fui eu retirar da sacola, rasgar o papel decorado, abrir a caixa, afastar o papel manteiga e – voilá! ou aquí está! – vislumbrar o presente: a chance de escapar de fazer outra crônica de Natal.
E repara só no trabalhão que o destino teve: primeiro, a FIFA negociou lá atrás uma Copa no Qatar, país sem a menor tradição no esporte. Depois, o óbvio: para acontecer no deserto, um campeonato cujo calendário tradicional é no meio do ano precisaria sofrer uma alteração por motivos climáticos. Assim, caiu em novembro e dezembro e, por consequência, coube à sua partida final ocupar uma quase véspera natalina – proximidade suficiente para a coluna da semana ganhar outro tema.
Só quem em breve completará vinte anos de crônicas sabe o que isso significa. Em matemática básica, quase duas décadas exigem iguais quase duas dezenas de natais para serem contemplados com uma coluna temática. Haja criatividade para compor crônicas de efeméride. [Não sabe o que é uma crônica de efeméride? Então é porque ainda não cursou a Oficina Santa Sede. Aproveite para sanar esta triste lacuna em sua vida, pois estamos com matrículas abertas para 2023…]
Por mais significativo que seja o nascimento de Jesus, ou mesmo rico em memórias, metáforas e oportunidades, é impossível abandonar a pauta do jogo. Foi das mais eletrizantes finais de todos os tempos: a Argentina quase liquidou a contenda no primeiro tempo. Depois, a França renasceu feito um Salvador crucificado, levando a partida para a prorrogação. A Argentina pareceu liquidar a fatura pulando à frente outra vez e, novamente, a França igualou o placar. No último lance, o goleiro argentino fez um milagre e, como se fosse abençoado por Francisco, tratou de pegar um dos pênaltis.
Nem os três gols de Kylian Mbappé foram suficientes para adiar a alegria dos hermanos em comemorar, depois de 32 anos de jejum, o tricampeonato. Nasceu, também, uma lenda capaz de dividir com Diego Armando Maradona Franco o Olimpo Meridional da bola: Lionel Andrés Messi Cuccittini. Sinto-me privilegiado por ter vivido para admirá-los. O primeiro, um craque emocional; o segundo, um gênio técnico. Ambos merecedores de suas glórias.
O presépio e o Papai Noel me perdoem, mas este ano não vai rolar crônica temática. Ainda assim, para não ser desleal, coube ao Natal um espaço no título e a posição de “escada”. Nada mal, nada mal.
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Muito boa crônica! Que seja um Natal feliz e um ano novo de muitas escritas!
Para todos nós, Altino! Papai Noel te ouça!
“Golaço” !! Sutil como tuas baquetas para definir a rotina, e brilhante como os enfeites de natal transformando-as em bola de futebol !!! Maravilhoso como sempre meu amigo!!!
Grande Gerson! Muito obrigado!
Boas Festas para ti e pra os teus.
Abração, Rubem
Adorei, Rubem Penz!
Impressionante mesmo foi a leveza com que driblaste a bola, a flexibilidade com que fizeste a bicicleta e a certeira precisão do chute, colocando lá no canto superior esquerdo do gol, a certeza de que terias a taça nas mãos!
Tim Tim, adorável Mestre!
Ohhhhhh, quanta gentileza, Juçara!
Muito obrigado – é sempre bom saber que estamos para o jogo em termos de escrita.
Boas Festas!
Bjs, Rubem
Bela crônica, mais uma vez! Interessante a dica do curso de verão.
Obrigado, Jorge!
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Abração