Vamos! Vamos?

Ando na rua e vejo narizes, vejo bocas. Constato: há quem se deixe dominar pelo entusiasmo e relaxe nos procedimentos de proteção, mandando a prudência para aquele lugar distante e mal-afamado. Outros ainda não conseguem nem imaginar-se saindo de casa para uma mesa com outras pessoas respirando o mesmo ar. Entre os dois grupos, estamos nós (alço-me como porta-voz improvisado), os que desejam muito retomar o espaço público contanto que a exposição não pareça demasiada. Ou seja, uma cabine de descompressão entre o profundo desespero e a responsabilidade rasa.

Por exemplo, mesmo com o ano já solto nos módulos online, semana passada recém marcou o retorno da Oficina Santa Sede com os encontros presenciais. Sim, dois anos se foram e eu nem me lembro de ter ficado tanto tempo distante da boemia crônica… Quarta-feira passada, pela manhã, aconteceu com a turma Café lá na Sabor de Luna. À noite, Master Class em homenagem a Moacyr Scliar na Alameda República. As duas mesas ao ar livre, perfeitas para servirem de “descompressão” ao confinamento. Muita alegria nos reencontros.

Vamos aos pouquinhos, passo a passo.

Mas aconteceu um fato curioso: houve quem tenha faltado porque não conseguiu comparecer. Queria estar conosco, mas algum mal-estar boicotou o trabalho e desestimulou a presença. Isso deve acontecer em todo lugar e com mais frequência do que se possa imaginar: o medo paralisante. Senão ele, a acomodação segura. Senão ela, a natural preguiça de sair porta afora. Ou de tudo isso um pouco e outros fatores invisíveis feito o vírus. Com muita frequência, estamos travados. É como fica a musculatura em desuso – sem energia, flexibilidade e tônus.

Assim, lembro da época de Educação Física: nenhum atleta, profissional ou amador, consegue voltar de uma lesão com o mesmo condicionamento. Igualmente, jamais retornará ao antigo condicionamento se não retomar a atividade, ainda que aos poucos. É isso, gente: nada de saltar do nada ao tudo. Vamos aos pouquinhos, passo a passo. Dá vertigem? Pode dar. Receio? Certo que sim. Todavia, nada fazer deixará nossas amizades e nossa saúde mental cada vez menos condicionadas, a ponto de nunca mais ter coragem de praticar a socialização. Vamos? Vamos!

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Bom, uma ideia de para onde ir é ao módulo Circuito da Santa Sede. São encontros semanais nas terças-feiras, às 20h, na Alameda República (por enquanto) e no novo Apolinário (depois). Num só movimento arejar a cabeça e exercitar os neurônios. Recomendado tanto para cronistas experientes quanto para novatos. Vem pra Santa Sede e encontre a sua turma!

PS: ainda não? Tudo bem – nas segundas-feiras, às 18h, tem o mesmo módulo on-line, ideal para quem mora distante de Porto Alegre e para quem ainda não está 100% pronto. Viu só? Não tem desculpa!

14 comentários em “Vamos! Vamos?”

  1. Me sentindo super assim, um passinho aqui, outro acolá, nada muito ousado ainda, mas torcendo que este comedimento nos leve de volta à liberdade.

  2. Eugênia Câmara

    Vamos que vamos….. Coloca meu nome no circuito on line, mas quando der, e eu estiver em POA, estarei com vocês no bar, aprendendo e tomando um chope bem gelado ou quem sabe um Malbec, acompanhada desses queridos colegas cronistas!!!!!

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