Aventuras & Desventuras de um pai bem passado (A&DPBP) – Agatha chegou

Fez-se Agatha.

Num piscar de olhos, tudo resta diferente em casa. Ela chegou com vivíssimos seis meses de idade, um pouco mais de sete quilos e todas as demandas que um bebê traz consigo. Desde a primeira troca de olhares, quem sabe desde antes, arrebatou-me. Para quem pensa na chegada de um filho como o começo de uma longa batalha, aviso: o processo já começa com uma rendição. O que segue é a acomodação de um novo governante a ditar prioridades e impor suas demandas.

Cada filho é um filho diferente para receber amor igual. Mas o processo de adoção é assaz interessante. Começa com a habilitação, um caminho no qual as instituições investigam nossa integridade no que diz respeito à responsabilidade que a criação de filhos implica. Nossa segurança e infraestrutura é colocada em avaliação, o potencial é medido e, no curso, todos os alertas ficam evidentes: não será um mar de rosas. Aliás, desde o princípio, e até o final da vida, a marca do acolhimento será determinante. É preciso estar seguro dos propósitos.

A gestação adotiva é particular. Assim que nos habilitamos, ela está num grau de 100% de nossa atenção. É o momento de compartilhar a notícia com os mais íntimos: avós, tios, irmãos (quando houver), enfim, a família. Com o passar do tempo, e na média se passa muito, muito tempo, ainda que não nos esqueçamos, a rotina acomoda a espera em uma camada menos evidente. No exato inexorável, acontecem coisas, alteram-se as coisas, desaparecem coisas. Vi em Vanessa quase uma barriga invertida: começou enorme e foi diminuindo. Até o parto relâmpago.

A primeira contração se dá por telefone, e é sentida pelo casal. Aliás, todas elas serão. Depois tem a apresentação do filho em juízo, sua foto, sua história. Hora do sim. Segue o olho no olho, a aproximação, as visitas. Quando bebê, tudo será muito rápido e intenso. Num zás, aquilo que era um perfil de características, um esboço de expectativas, ganha contornos finais e, num vórtice de emoções, nasce uma nova família. Nove meses em nove dias – poderia ser uma frase de campanha política. Vida em turbilhão.

Contei a boa nova antecipando algo que nasce junto com Agatha: a vontade de dividir com os leitores, numa periodicidade incerta, as aventuras e as desventuras de um pai bem passado. Depois de filhos adultos, há um nenê para relembrar o volume do choro, os velhos novos cheiros na casa, o aconchego do colo, o sabor das sopinhas, a troca de sorrisos, o nascer dos dentes, os primeiros passos, as noites com despertares não programados. Quase seis décadas nos separam e cada segundo nos une. Uma aventura, por certo. Outra vez perdi meu coração. Agatha o encontrou.

24 comentários em “Aventuras & Desventuras de um pai bem passado (A&DPBP) – Agatha chegou”

  1. Carolina krieger

    Parapenz para a família!
    Agatha chegou para abrilhantar ainda mais as crônicas!
    Felicidades ❤️

      1. Luiz Carlos Falkenbach Pacheco

        Maninho e Vanessa,nós como tios avós estamos imensamente felizes com a chegada da Ágatha,loucos para vê-la e participar desta alegria. Bjs do Tio Calica e Tia Mariazinha

  2. Regina Lydia

    Que lindo Rubem! O texto e a boa novidade. Sejam muito felizes com a Agatha. Que Deus abençoe vocês! 🙌❤️

  3. Que lindo Rubem! Agatha vai ser sempre um solzinho na vida da mamãe e do papai! Muitas felicidades pra esta privilegiada família! 🙏🏼🙌🏽

  4. Roberto Mario Issler

    Parabéns aos pais pela chegada da Agatha! Fonte de alegrias algumas preocupações e de muitas coisas boas. Também fonte de inspiração para novas aventuras e relatos de um A&DPBP. E também de uma A&EMPV – Alegrias e Emoções de uma Mãe de Primeira Viagem!!

  5. Ah, que dádiva a chegada de Ágatha! Parabéns Ruben e Vanessa! Que a chegada da Ágatha represente apenas o começo um período de muitos motivos para sorrir e inspirar o papai. Que ela tenha sempr muita saúde.

  6. André Chagas Berlitz

    Parabéns pela chegada da Agatha. Já começa pelo nome de escritora, associado o pai coruja, vai fazer brilhar ainda mais as excelentes crônicas que escreves! Um grande abraço

  7. Eugênia Câmara

    Que linda crônica, Rubem! Conseguisse, em poucas palavras, expressares o amor, recém nascido pela Agatha. Que vocês sejam muito felizes com os novos cheirinhos de fraldinhas e papinhas. Beijo no coração de vocês três.

  8. Filhos, filhos … que coisa louca, que coisa linda que os filhos são. Parabéns Vanessa e mestre Rubem, sejam muito abençoados.

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