Poderíamos pensar que o aniversário de quatro anos é o cenário do descontrole, o de três é aquele da folia, o de dois é o do encantamento e o de um aninho é aniversário da ternura. Para marcar a primeira volta do sol na presença de quem chegou carregado de desejos, acontece a festa em que a presença dos adultos é o que mais importa. Sim, é preciso criar uma estrutura de diversão para as crianças presentes, mas o rodízio de colos é o ponto alto para quem, enfim, é o astro ou a estrela da tarde. E os adultos estarão ali para reafirmar as boas-vindas: acolhemos você com muito amor e carinho.
Antes disso, ao nascer, o contato social será, necessariamente, pontual, restrito e em conta-gotas. A diluição promovida pelas primeiras visitas no decorrer do tempo funciona como proteção para mamãe e bebê: tudo o que menos se pensa é num entorno alterado e ruidoso. As pessoas experientes e sensíveis demonstram alegria e respeitam, ao mesmo tempo, a intimidade. Sabem que a frágil condição humana demanda remanso até que a vida social mais intensa se estabeleça. Descobrimos com Agatha que na adoção a regra é a mesma – firmes laços de confiança são cordas trançadas fio por fio, o que implica tempo e recolhimento. Então, eis que chega o “primeiro aninho”.
Apenas com o status de pai bem passado pude ter a clareza de quanto estão errados os que dizem ser a festa de aniversário de um ano dispensável porque “a criança nem lembrará de nada”. Bebês poderão não guardar conscientemente memórias tão antigas. Porém, são as almas mais sensíveis do mundo – guardarão no peito a importância de sua chegada, saberão de si acolhidos e amados. Cresceram até o ponto de enfrentar a maratona de colos menos íntimos, quando não completamente estranhos, amparados pelo olhar seguro do pai e da mãe, sempre por perto. E isso é muito lindo!
Antes de eu perder amigos, preciso dizer que a festinha da Agatha foi em casa, pequena e ao estilo antigo: refrigerante, suco, canudinhos, cachorrinhos, salgadinhos, docinhos, torta fria e torta doce, irmãos, avós, tios e tias, primos, dindos e, por falta de estrutura, pouquíssimos do círculo mais íntimo. Era isso ou o aluguel do Gigantinho – fugimos do “se chamar fulano precisa chamar beltrana” infinito de quem planta relações em moldes extensivos. Como São João derramou vários torós durante a tarde, a escolha foi providencial: couberam todos dentro de casa. A única modernidade foi o aluguel de brinquedões que, ainda bem, puderam ser armados na garagem.
Teremos fotos de raros encontros familiares (há continentes a nos separar) e este álbum será a maior prova de o quanto a chegada de nossa caçula – no conceito de família ampliada – foi abençoada. Registros da comunhão de nossas duas famílias em torno de uma menina que se comportou tão bem, mas tão bem, que só pode ter compreendido a enorme proporção de sua chegada em nossas vidas. Recado às inaugurais vovó Lourdes e, especialmente, mamãe Vanessa: o mundo inteiro se organiza quando iluminado pela luz do olhar da Agatha para vocês. Só por estar ao lado, já me sinto aquecido. Nunca uma só vela iluminou tanto.
*Aventuras & Desventuras de um Pai Bem Passado
Que lindo. Maravilhoso ver o florescer deste pai bem passado e dessa menina linda que veio para completar essa família. Crônica belíssima!
Muito obrigado, Denise! Beijão
Que bonito, Rubem! Parabéns para o casal e para a pequenina.
Obrigado, Cristina, querida!
Texto pleno de ternura e doçura, como aniversários de um aninho, Rubem! Parabéns!
Muito obrigado, Tânia! Beijos
Parabéns ao papai bem passado! Imagens preciosas e inspiradoras da comemoração de 1 aninho de Agatha. No meu caso foi um pouco mais agitado. Minha filha já andava e, imagina, corria. Igualmente, inesquecível.
Pois é… Daqui a pouco começa a andar e virão novas aventuras e desventura pra mim… Obrigado! Beijos
Que texto lindo, Rubem! Este pai bem passado ainda vai escrever muitas outras crônicas de derreter o coração dos leitores inspiradas na Agatha. Muitas felicidades, Agatha!
Obrigado, Dora! Se Deus quiser!!! Bjs
Viva!! Um cheiro na pequena Agatha. Isso vai dar em livro, hein? Carinho, mestre.
Hahahahahahaha! Quem sabe, né? Beijão, meu Maria
Que fofo teu texto ❤️ Que lindo momento…felicidades pra Agatha ela tem a sorte de ter uma família que a ama 🥰
Obrigado, Rosa, querida!
Um VIVA para a Agatha pelo seu aniversário e por trazer tantas boas inspirações para produção de textos maravilhosos.
Obrigado, Kátia! Beijos!