Há expressões que ouvimos e usamos com frequência sem conhecê-las a fundo. Afinal são, em regra, autoexplicativas. Coloco a tal “margem de erro” no grupo. Ali mesmo, no duro, na ciência da coisa, a tal margem é aproximadamente igual ao valor de z multiplicado pela raiz quadrada da fração que tem, no numerador, o produto de p por (1 menos p) e, no denominador, o tamanho da amostra n. Onde z = valor associado ao nível de confiança, p = proporção observada e n = tamanho da amostra. Olhando assim é difícil. Na prática é mais tranquilo.
– Amanda, o Henrique beija bem?
– Henrique? Olha, diria que sim. Mas a margem de erro é muito alta, coisa de 40% de confiabilidade.
– Como assim?
– Beijou muito pouco, o menino. Não dá pra confiar no julgamento. E olha que eu sei das coisas.
– Peraí, você já ficou com ele! Deve saber.
– Eu, sozinha, sou uma amostra muito baixa, meu bem. Diria 100% inconfiável. Mas já soube da Aninha, Raquel, Maria Elisa, Bebel, Joana… Ah, e o Tiago, mas esse não conta – parece que estavam muito bêbados. Ainda é pouco.
– Pra beijar bem precisa beijar muito?
– Não disse isso. Só disse que não dá pra ter segurança na resposta com uma margem de erro tão elevada. Pouca amostra, julgamento comprometido.
– Se é assim, tomara que o Henrique não faça por aí a mesma pergunta. Sou praticamente BV…
– Esquece, meu anjo. No seu caso, não tem a menor importância.
– Por quê?
– Nenhum menino faz essa pergunta pra outro.
– Certeza?
– Total. Margem de erro de 0%.
Tinhas razão, a introdução me deixou mto curiosa e me trouxe até aqui. 🤣🤣🤣🤣 Adoro uma crônica híbrida.
É uma delícia, né, Vivi!? O bom é que é um estilo relativamente fácil de dominar e que oferta ótimos resultados. Beijos