Coluna do Metro Porto Alegre em 10.10.2012

SORRISO: A PRIMEIRA MANCHETE DO METRO
Os motoristas que circulam pela Anita Garibaldi cedo da manhã encontram, ao chegar na esquina com a Carlos Gomes, um bom motivo para abrir a janela do carro: o sorriso de Geórgia, promotora do Metro Porto Alegre. Já ouvira falar dela e a conheci semana passada – um espetáculo à parte. E, citando-a, estou homenageando as dezenas de profissionais que alcançam nosso jornal para os leitores com muita simpatia e zelo.
Engana-se quem imagina ser esse um trabalho simples. Em poucas horas, quase mil jornais (quando esse número não é ultrapassado) trocam de mãos com a rapidez e sincronismo do bastão no revezamento 4X100 olímpico – o que transforma a tarefa em um misto de prova de velocidade e de fundo. Uma maratona no maior pique. A vitória é atender ao olhar ansioso de quem conta com a notícia ali ofertada, pois, assim como no mundo, o maior jornal em circulação já é uma tradição na cidade.
Especialmente, fiquei muito feliz em constatar a consciência dos promotores com relação à importância de seu trabalho. A presteza com que atendem a todos se irmana à urgência da notícia, essência do jornalismo. Eles são o derradeiro elo de uma enorme corrente de profissionais. E contam com o privilégio de travar contato com o leitor, olho no olho, colhendo suas impressões e conquistando sua fidelidade. Sim: seja na banca ou nas esquinas, escolhemos nossos preferidos para apanhar um jornal.
Vejo em atos quase instantâneos como a troca de olhares para que o Metro mude de mãos uma oportunidade para o espaço urbano manter viva a civilidade, a humanidade, a cidadania. Uma fresta para escaparmos do ensimesmado e competitivo trânsito, uma lufada de frescor em meio ao sufoco da metrópole. A chance de sermos gente falando com gente, e não operando máquinas ou escutando mensagens ditando procedimentos previamente programados. Um bom dia ao vivo, mesmo no átimo do semáforo, vale mais do que se imagina.
Desde a semana passada, ganhei um motivo a mais para dedicar carinho e atenção às linhas da coluna. Já tinha muitos: a responsabilidade de ocupar esse espaço nobre, o contentamento de fazer o que escolhi como profissão, o desafio de estar à altura dos leitores e a certeza de que posso, em algum momento, ser útil ou importante na vida das pessoas. O mais recente é ofertar aos promotores a segurança de que capricho na minha parte: seus sorrisos jamais serão em vão. Eles espelham o meu também.

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