Máscara*
Rubem Penz
Máscara, Máscara
Nunca é tarde, nunca é demais
Onde estou, onde estás
Meu amor, vem me salvar
O meu destino é caminhar assim
Desesperado à rua
Sabendo que no fim das contas, continuas
A vir me proteger do mal, dos medos e da chuva
Acumulada em perdigotos que pelo ar flutuam
Máscara, Máscara
Nunca é tarde, nunca é demais
Onde estou, onde estás
Meu amor, vem me salvar
Vamos conter enfim a tentação
Das nossas bocas nuas
E mitigar a tosse nessas tramas tuas
Então viver enaltecendo um tanto de empatia
Maravilhosa e triunfante, contr’essa pandemia
Máscara, Máscara
Nunca é tarde, nunca é demais
Onde estou, onde estás
Meu amor, vem me salvar
*Inspiração (e expiração) em Bárbara, de Chico Buarque