Rubem Penz
São estrelas frias a iluminar
Nós dois nesse terraço à beira-mar
A derramar melancolia em mim
São amores que guardei só pra você
Pois você foi o que tinha de ser
E meu amor não vai se dividir, Elis
São distantes como asas da Panair
Como Band-aids em meu calcanhar
Quimeras de um passado que ergui
São águas de março fechando o verão
E aparências não enganarão
O mundo que se fez agora em gris, Elis
Valha-me nosso Senhor do Bom Fim
Nunca, ninguém ouviu outra voz assim
São tantas desgraças para ensinar
Disse-nos isso o seu orixá
Que vida, vela, levou-a daqui
São pedras pisadas no cais por você
Paredes da memória a nos deter
Pedidos tantos antes de partir, Elis
São mendigos todos que puderam ter
Um dia abrigo em seu caminhar
No canto e encantamento de ouvir
São fiéis que hoje já não podem crer
Em novos anjos para anunciar
Suavemente que teremos par, Elis
Valha-me nosso Senhor do Bom Fim
Nunca, ninguém ouviu outra voz assim
* Estes versos, colagem de fragmentos de músicas inesquecíveis, foram escritos quando fez vinte anos da morte de Elis Regina.
Oi Maninho!!
Era assim que te chamávamos!!!
Tb estávamos na praia do Barco, nesse dia tão triste e tumultuado.
Éramos todos muito jovens e saber que nossa bela cantora gaúcha havia falecido, foi algo surreal. Cantávamos as músicas dela, no hotel Vendaval, lembra?
Que dia…
Parabéns amigo, pela homenagem!
Saudades daquele tempo!
Um grande abraço, Ana Clarice.
Ana, eu sigo atendendo pelo apelido, claro, principalmente na praia. Lá, seria até estranho me chamarem de Rubem…
Sim, um dia tristíssimo e a ausência da Elis teve reflexos na MPB dali em diante.
Beijão para o pessoal “de Novo Hamburgo”