Revelo aqui qual o meu lado

Sempre que penso nos cronistas/jornalistas, sou assaltado por uma dúvida: suas colunas nascem antes ou depois de entrevistas, conversas ou discussões sobre determinado tema? Primeiro debatem e depois escrevem, ou primeiro escrevem e depois debatem? Há muita diferença nisso e, dependendo da ordem, acredito que altera bastante o conteúdo.

Minha tendência é pensar que suas crônicas são fruto de provocações prévias, nascidas de uma matéria ou entrevista ou bate-papo na redação. Quando discutimos um tema, somos obrigados a visitar convicções, relembrar leituras, argumentar. Também ganhamos de presente outras visões para enriquecer o futuro texto – com ou sem a concessão de créditos.

Porém, na qualidade de “não jornalista”, sempre que fui chamado a dar entrevistas ou participar de debates públicos, isso aconteceu em função de uma coluna já escrita. Logo, este caminho também é bastante plausível, caso contrário não aconteceria para alguém que não é autoridade em nada muito específico (não faço parte da categoria dos “especialistas”).

Bom, talvez esteja aí uma possível diferença entre cronistas/jornalistas e cronistas/outros: o antes e o depois como disparador do tema. Jornalistas entrevistam e depois escrevem, outros escrevem e depois dão entrevistas. Não há certo ou errado, melhor ou pior, simples ou complexo. Talvez seja tudo uma mera questão de “lado do microfone”.

X – X – X

Ontem participei de um debate chamado “Conto X Crônica” – ao vivo no YouTube – a convite de Marcelo Spalding. Se eu fosse jornalista, talvez dormisse mais tarde para antes escrever a coluna de hoje sobre o tema. Por não ser, terminei abordando a dúvida que me assolou: escrevo antes ou depois? Se desejarem saber o que concluí noite passada, precisam pedir. Tenho coluna na RUBEM sexta-feira próxima e, quem sabe, já seria uma ideia de texto…

4 comentários em “Revelo aqui qual o meu lado”

  1. O Marcelo concedeu cavalheirescamente o empate, mas isto deve ser assunto para uma crônica (ou um conto em que os protagonistas decidem enfrentar-se no Campo de Honra para confirmar a vitória).Perdeste vergonhosamente!

    1. Ah, João Luiz… Não há vergonha em uma derrota quando estamos defendendo a crônica! Qualquer escore será motivo de orgulho aos olhos do público. E viva o VAR!
      Abraços!

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