Depois de uma semana, todo ano novo, qualquer ano novo, mostra-se com mais semelhanças ao antigo do que diferenças dele;
Depois de uma semana, quantas promessas se tornaram realidade? Ah, claro, ainda não deu tempo – o que é uma semana?
Depois de uma semana já não é natural errar o ano ao escrevermos a data. O que me faz lembrar: nos talões de cheques, escrevíamos a troca do ano nas folhas futuras para prevenir rasuras;
Questão: faz quantas semanas que você não preenche um mísero cheque?
Depois de uma semana, janeiro fica com seu tamanho equalizado com fevereiro, o mês em que o Carnaval suprime uma semana;
Depois de uma semana, no balanço íntimo, você está mais para “tá, agora vamos” ou para “peraí, daqui a pouco vou”?
Depois de uma semana, calendários velhos ainda estão espalhados por lugares pouco frequentados pela vista a demonstrar nosso descuido;
Questão: você ainda é fã das folhinhas na parede? Anota coisas ali?
Depois de uma semana, desculpas perecíveis já começam a cheirar mal. Ainda bem que temos desculpas não perecíveis guardadas na despensa!
Depois de uma semana, ainda mais quando temos o hábito de ler jornais, despenca o nível de esperança. Ou, no mínimo, volta para para patamares normais;
Depois de uma semana termina qualquer estoque de sobras das Festas que os previdentes guardam no freezer. Isso, ou aquele potinho ficará esquecido e, ao ser descoberto, deixará dúvida sobre a validade;
Questão: olhou seu freezer? Já se passou até mais de uma semana…
Estou no “peraí, peraí, peraí”, na voz de Homer Simpson. Já, já.
Hahahahaha! Na voz do Homer a procrastinação se torna legítima, Camila! Beijos!