Uma certeza existe: ao contrário do que parece, eu não estou ficando mais forte com o passar dos anos. Estranho foi eu notar isso ao colocar o liquidificador novo de volta à prateleira alta da cozinha. Pareceu-me levíssimo. Daí foi um passo para lembrar do aspirador de pó, das panelas, do ferro de passar roupa… E, para não ficar só na cozinha e área de serviço, vale o mesmo para TV, aparelho de som, secador de cabelo etc. Queixamo-nos que as coisas não são mais robustas, quase indestrutíveis. Por outro lado, a evolução no desenvolvimento de materiais causa impactos positivos em aspectos ergonômicos. Eles duram menos e nós, mais.
Está nos jornais a foto da premiada equipe brasileira de judô – uma verdadeira escadinha de tamanho e peso. É assim neste tipo de esporte: há uma equalização que permite equilíbrio nas chances de vitória. Como estou abaixo do peso mais baixo dos esportes de combate, a vida toda escutei com um sorriso amarelo as ponderações sobre o porte de Jigoro Kano, educador japonês responsável pela formatação deste esporte que cheguei a praticar. “Ele não era maior do que você e derrubava qualquer um.” Ou seja, a culpa de não conseguir tirar do chão alguém de 100 quilos era minha… Por outro lado, ainda é visto com naturalidade, ou mais, como verdade absoluta, afirmações do tipo “você quer, você pode”. Jura?
Sempre fui uma pessoa desconfiada sobre os limites de utilização das verbas publicitárias do governo ou de estatais monopolistas. Imaginava serem corretas as campanhas de conscientização para necessárias ações de cidadania, de informações relevantes para serviços ao dispor da população, de alertas em momento de necessidade ou emergência. Historicamente, porém, sempre vi na propaganda da administração pública um claro viés eleitoral, elevando a mérito algo que não deveria passar de obrigação. Por outro lado, nunca desconfiei que veria outro poder da república comprar em grande escala os espaços publicitários durante as Olimpíadas. Propagandear-se, por quê?
Balanço: ouro em levantamento de liquidificador.
Acho que perdi a notícia, pois fiquei um pouco perdida em tentar descobrir se está se referindo a gastos do Poder Legislativo ou do Poder Judiciário. Qual seria esse “outro poder da república” exibicionista, a que se refere?
Quem acompanha a Olimpíada pela TV aberta sabe, pois são muito frequentes, Auri.
Ah, obrigada… Era só ter dito esse ou aquele. Eu não acompanho. Nem nunca ouvi falar naquele tal seriado. Acho que deixei de ser teu público alvo e do tal poder.