Ao fazermos o balanço natural de final de ano encontramos períodos de calmaria e outros de turbulência; fases de normalidade e algumas de ruptura; angústias extremas e verdadeiras revoluções de encantamento. Às vezes, os 365 dias mal deslocam seus ponteiros da posição de equilíbrio e etapas assim mornas não existem para se comemorar ou lamentar – apenas são desta forma. Ao contrário, o ano de 2023 fez parte de uma equação desequilibrada no coração, quando os batimentos ora estiveram aflitos, ora exultantes.
Lamentáveis perdas deixarão cicatrizes, sendo as mais íntimas – particulares a ponto de sequer terem se tornado públicas – as maiores. Registradas, quem me acompanha sabe de nossa despedida do menino mais novo dos irmãos de meu pai e, agora, quem partiu foi a menina mais velha da família da minha mãe – mas sobre a tia Elaine ainda precisarei declinar muitas linhas em lauda exclusiva. É recente e ainda não consegui assentar os sentimentos.
Entre tudo, porém, há Agatha. Sua primaveril chegada no final de outubro fez os ponteiros da alegria darem pinotes neste invernal cronista. Mal completados dois meses desde o telefonema, uma transformação duradoura e serena fez morada – um ânimo juvenil diante dos naturais desafios. E teve a onda de felicitações que recebemos de todos os que nos amam e, especialmente, daqueles que sabiam gestar o plano de sermos mais do que um casal – compormos uma família.
É muito difícil descrever o que se passa dentro de mim todos os dias e a cada troca de olhares. Os dizeres de um bebê prescindem de palavras e, ao mesmo tempo, abordam todos os temas mais caros aos quais podemos ter acesso. Sobre isso, aliás, lamento profundamente a surdez afetiva de quem não presta atenção nas crianças – só para não dizer que esqueci o Natal, creio ser por elas que Deus se manifesta. Elas nos apresentam o amor, um sentimento palpável exclusivamente quando ele ofertarmos.
Peço perdão por estar um tanto meloso, hoje. É quase intrínseco às comemorações de final de ano, não consegui evitar (talvez nem tenha tentado). Prometo voltar ao mais comezinho das aventuras e desventuras de um pai bem passado a partir de janeiro. Comentar as dores e delícias de quem pretende dar um drible no tempo e experimentar outra vez o deslumbramento de ver a vida florescer.
*Aventuras & Desventuras de um pai bem passado
Vim aqui para parabenizar a linda crônica de fim de ano. Se disse melosa pelo escritor, mas com toda propriedade de ser. Muitas emoções para se abrigar neste grande e lindo coração ❤️❤️❤️.
Muito obrigado, Denise! Sim, muitas emoções experimentadas todos os dias, sem parar! Beijos!
Querido, fico feliz com vocês e acho que a Agatha tem muita sorte!
Beijo
Sorte toda nossa, Maria Lucia! Sorte grande! Beijos!
Concordo contigo sobre o encantamento que as crianças trazem na vida da gente. Eu viro geléia com as gracinhas que eles fazem.
Geléia é uma boa definição, Vivi! Muito obrigado! Beijos
Todos nos apaixonamos por Agatha! Fiquei ainda mais feliz porque ela achou esta família, corações de portas abertas.
É o destino, João Luiz! Nossa sorte escrita no destino. Obrigado, abração!