Contra o contra censo

Contra o contra censo

RubemPenz

Na hipótese de você estar encarregado de fazer um evento, qual a primeira pergunta que vem à mente? Suponho que seja: para quantas pessoas? A segunda será: quanto tenho para gastar? Depois, na medida em que o refinamento for avançando, será bom saber a idade do grupo, se nele existem necessidades especiais, o local mais adequado ao número de pessoas etc. (minha amiga Luciane Pacheco faria ótimo planejamento).

Ou, caso seja uma viagem a ser realizada, qual a primeira pergunta? Creio que seja: para quantas pessoas? A segunda: quanto temos para gastar? Depois será bom saber se o roteiro é local, nacional ou internacional, quanto tempo de passeio, se há necessidades especiais, qual o modal de transporte ideal, todos com documentação em dia etc. (minhas amigas Fernanda e Chay fariam excelente programação).

Sejamos menos pretensiosos: um jantarzinho em casa para reunir a turma (ai, que saudade!). Você, na qualidade de anfitrião, o que precisa saber? Suponho que seja: para quantas pessoas? A partir de então você escolherá o cardápio, as bebidas, a sobremesa, se sobra dinheiro para umas flores, se tem louça, talheres e lugares à mesa para todos ou demandará serviço à americana. Depois, se há alérgicos, vegetarianos, crianças etc. (quase todos nós já estivemos diante deste desafio).

Notaram uma constante? Claro: tudo o que envolve uma coletividade e demanda um mínimo de programação parte da mesma primeira resposta, ou seja, quantos somos. Depois, de quanto dispomos, quem somos e quais as nossas necessidades. As decisões que exigem investimento e prioridades dependem destes dados para ter mínima chance de acerto. E, quanto menos dinheiro disponível, mais dependemos das informações.

Por isso, fosse eu ministro, qualquer um deles, chamaria os coleguinhas numa reunião e diria: gente, sem recenseamento não podemos trabalhar. O último foi em 2010. Hoje, qual o tamanho do país? Quem somos? Que idade temos? Onde estamos? Quais nossas necessidades urgentes? Isso, ou apresentaria minha carta de demissão. Afinal, não existe gestor competente sem dados confiáveis, ainda mais, ou ainda menos, quando o dinheiro está ralo.

Bom, eu não sou ministro. Mas tenho uma esperança: a de você conhecer alguém que conhece alguém que conhece alguém que é ministro. Logo, que faça chegar a ele a ideia da reunião com os coleguinhas para reverter a decisão de cortar a verba do IBGE para o censo demográfico. Se existe um Real bem investido hoje, ele é em informação. Quem promove um chá da tarde sabe disso.

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