Crônicas

Crônicas

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NÃO É VOCÊ, SOU EU Rubem Penz Pequenas porções de ilusão Mentiras sinceras me interessam Cazuza São muitas as expressões que, quando ditas, devem ser compreendidas exatamente ao contrário. No fundo, elas não passam de tentativas vãs de retardar, iludir, despistar ou confundir. Truques manjados, mas recorrentes e imbuídos de uma esperança comovedora de que

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Número 396

TÚMULO DA POESIA Rubem Penz Um filho, uma árvore e um livro. Três chances de você passar pela existência terrena deixando algum legado, pequeno que seja. O filho tendo filhos (e estes outros filhos) faz com que sua carga genética se perpetue. Uma árvore crescerá, oferecendo sombra às gerações vindouras. Também frutificará e, semeando novamente

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Número 395

NÃO ACHO NADA Rubem Penz Quem acha vive se perdendo Noel Rosa Nos dias correntes, de superexposição, há quem esteja confundindo dois conceitos muito diversos: a opinião e o palpite. Opinião é (ou deveria ser) resultado de uma análise de conjuntura, um ponto de vista fundamentado. Ou, no mínimo, produto de uma consistente reflexão. Neste

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Número 394

TADINHA Há quem goste de se colocar na posição de coitadinho. Provocar pena. Fragilizar-se. Diferente dos naturalmente humildes, ou dos inseguros, o coitadinho proposital faz uso metódico de sua posição sofredora. É um profissional da esmola, algo que pode ser (e é) muito mais do que a tradicional ajuda monetária no semáforo. Coitadismo é artifício,

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Número 391

FUMAÇA DE FRANGO Quando a mamãe sorridente do comercial de supermercado retira o frango dourado do forno, cuidando para não queimar as mãos na assadeira, a coisa não é bem assim. Durante a gravação a ave não só está fria, como também envernizada e banhada por produtos químicos. São efeitos especiais para fazer aparecer a

Número 391 ler o texto »

Número 390

ESTERILIDADE Rubem Penz Os pais foram tudo para Regina. Diz que viveu anos de verdadeira realeza durante a infância: quando pedia, ganhava. Quando desejava, acontecia. Quando implicava, era aquilo nunca mais. Para todas as escolhas ela tinha preferência. Dormia até quando julgasse suficiente, deitava quando queria – jamais teve o sono violado. À mesa, só

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