Nunca mais covid-19, covid-19 para sempre
Uma tese: estudiosos de humanidades encontrarão crônicas a mancheia para rastrear a evolução não do vírus covid-19, mas dos homens diante dele. Isto servirá de vacina?
Uma tese: estudiosos de humanidades encontrarão crônicas a mancheia para rastrear a evolução não do vírus covid-19, mas dos homens diante dele. Isto servirá de vacina?
O ciclo das máscaras Rubem Penz A vida é feita de ciclos, de fases, percursos. Começos, meios e fins. Pensava nisso ao me dar conta de que até muitíssimo pouco tempo, menos de dois anos, eu jamais pensaria em sair de casa usando uma máscara facial de proteção (aliás, olhava para as imagens vindas do
Carta à Mãe Joana RubemPenz Caríssima Sra. Mãe Joana, Quem lhe escreve sou eu, um vizinho de suas casas aqui no Brasil, para pedir providências. Antes, porém, preciso lhe dizer que estou no futuro, mais precisamente do início dos anos vinte do século XXI. Por essa razão, há informações necessárias para fins de esclarecimento. Saiba
Desimportâncias importantes RubemPenz Quando se tem um tema dominante tipo, só por hipótese, uma pandemia com mortes aos montões e impacto na economia e nas relações sociais e na agenda política, fica até estranho prestar atenção em curiosidades do cotidiano. Sentimo-nos desperdiçando foco, sabe? O problema é que coisas estranhas seguem acontecendo, e convém falar
Momento sintomático RubemPenz Todos nós conhecemos os sintomas – febre, dores no corpo, tosse, dor de garganta, dificuldade respiratória, perda de olfato e de paladar. Aliás, perda de olfato e de paladar transcende o conceito de sintoma para ser quase uma metáfora. Porém, numa troca de mensagens carinhosas entre os cronistas do mais recente livro
Luto RubemPenz Hoje lembrei de conversas com amigos sobre o luto – este período meio indeterminado, mas determinado por algumas vivências. Por exemplo: durante um ano passaremos pela primeira vez por diversas datas colhendo a ausência, guardando-a como pétala a secar nas páginas de um livro. Quando o momento se repetir no futuro, o sentimento,
Reveillon-off RubemPenz – Adelaide, ô Adelaide! Onde guardamos aquele kit youtuber que ganhamos em agosto? – …ão te… …eia …sso. – O QUÊ? – NÃO TENHO IDEIA O QUE É ISSO! – Sabe sim, mulher. É uma lâmpada redonda tipo aquelas de dentista e um tripé. – Um o quê? – Nada, deixa. Achei. ACHEI!
Jabuticab-19 Rubem Penz Antes de descer o olhar para as linhas que seguem, vale o aviso: sou leigo. Por outro lado, razoavelmente atento às notícias e, de certa forma, alguém perplexo. Portanto, posso ofertar uma análise que reflita uma parcela gigante da população: os atentos e perplexos leigos sobre os temas da saúde em dias
Se o novo corona fosse, seria… Rubem Penz Se o novo corona fosse um carro, seria um rabecão (novas gerações, este é o apelido para o carro funerário, outrora sempre preto com ou sem detalhes em dourado, hoje quase todos brancos – e acho mais bonito, mais leve…); Se fosse um prato de comida, seria
Dança das Cadeiras IV – o Baile de Máscaras Rubem Penz Para quem não se recorda, “Dança das Cadeiras” é a dinâmica lúdica criada pelo jovem, idealista e voluntarioso editor chefe do principal jornal da cidade. Seu objetivo: desacomodar, no bom sentido, os jornalistas especializados (no mau sentido, nunca foi cômodo ser jornalista no Brasil).
Perguntas (im)pertinentes Rubem Penz Enquanto leio as notícias sobre as gentes que se acharam no direito de reivindicar os R$600,00 do Auxílio Emergencial e, por qualquer ângulo, não os têm, bate um desânimo. Se você acha que a razão seria em eu crer em pessoas imaculadas, ilibadas, infalíveis, errou. Aliás, tenho baixa paciência também com
Depois de amanhãs Rubem Penz Há dois tipos de narrativas nascidas de um período tão emblemático como este em que estamos vivendo – imersos em uma pandemia com uma força a ponto de alterar a rotina de milhões de pessoas nos quatro cantos do mundo. Uma, mais imediata, capaz de gerar impressões quase instantâneas sobre
2020 em drágeas Rubem Penz Saudade, saudade mesmo, tenho de escutar “leva um casaquinho”, e isso bastava para não ficarmos gripados. X – X – X Hoje, do público estamos privados. X – X – X Isolamento social não soa para você como um paradoxo? Tipo, compartilhamento sozinho? X – X – X Uma mão
Nostradamus Rubem Penz Estou estranhando, estranhando muito, sua ausência. Onde andará Nostradamus numa hora dessas? Parece inacreditável que, desde fevereiro, com ápice em março e sem data para terminar, tudo que leio e vejo e escuto e recebo no Whatsapp e converso tenha um só assunto o qual, de tão avassaladoramente dominante, sequer preciso nominar.
Máscara* Rubem Penz Máscara, Máscara Nunca é tarde, nunca é demais Onde estou, onde estás Meu amor, vem me salvar O meu destino é caminhar assim Desesperado à rua Sabendo que no fim das contas, continuas A vir me proteger do mal, dos medos e da chuva Acumulada em perdigotos que pelo ar
Como se fora por encomenda Rubem Penz Tal qual os movimentos de aproximação do cinema, uma espécie de zoom, os recentes temas dos livros Santa Sede, crônicas de botequim partiram da cidade (2018), invadiram a casa para falar das famílias (2019) e penetraram no interior do indivíduo com o “eu” (para lançamento no segundo semestre de 2020). Seja
Gripe suína Rubem Penz Era uma vez três porquinho que receberam a notícia de que uma gripe tão perigosa quanto um lobo espreitando estaria a rondar na floresta. Foi quando, cada um por si, decidiu construir sua estratégia de ação para se proteger do vírus insidioso. O primeiro porquinho, preguiçoso demais para estudar o risco,
1111 de setembro Rubem Penz Sabe aquela tradicional pergunta do que você fazia quando recebeu a notícia da morte da Elis, do Getúlio (para os mais velhos) ou do Michael Jackson (para os mais novos)? Como sentiu a queda do Muro de Berlim? Ou, claro, onde estava quando dois aviões derrubaram as Torres Gêmeas? Pois
Nada será como antes, amanhã* Rubem Penz Eu não tiro o pé dessa casa Qualquer dia a gente se vê Sei que nada será como antes, e amanhã? Que notícias me dão desse vírus? Que notícias me dão de você? Alvoroço em quem dá a mão Amanhã ou depois de amanhã Resistindo em tocar maçanetas